Por que preciso de avaliação cardiológica antes da cirurgia? Entenda a solicitação do seu médico

Por que preciso de avaliação cardiológica antes da cirurgia? Entenda a solicitação do seu médico

A avaliação perioperatória de cirurgias não cardíacas teve seu primeiro consenso médico brasileiro publicado em 2003. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, embora a porcentagem de complicações perioperatórias seja relativamente baixa, sua ocorrência no Brasil ainda é significativamente maior do que em outros países.

Além disso, a maioria dos procedimentos cirúrgicos realizados no país é considerada de baixo risco. No entanto, dado o volume anual de mais de 8 milhões de cirurgias, existe um número expressivo — em termos absolutos — de pacientes com risco elevado de complicações, o que exige atenção especial.

Para isso, foram desenvolvidos protocolos de avaliação sistematizada com o objetivo de estimar o risco de complicações de acordo com o perfil do paciente e o tipo de cirurgia a ser realizada. Essa avaliação leva em conta diversos fatores, como doenças preexistentes, hábitos de vida (como prática de atividade física, tabagismo e consumo de álcool), além do uso de medicamentos e suas possíveis interações com o procedimento cirúrgico.

O principal objetivo dessa avaliação é identificar os riscos associados à cirurgia e verificar se o paciente apresenta condições cardiovasculares adequadas para ser submetido ao procedimento com segurança. A avaliação presencial é fundamental, pois o exame físico fornece informações valiosas e pode, muitas vezes, evitar a solicitação de exames complementares desnecessários.

É importante destacar que a realização de exames complementares não é obrigatória e, em muitos casos, não contribui significativamente para a tomada de decisão médica. No entanto, para pacientes com mais de 40 anos, recomenda-se a realização de, ao menos, um eletrocardiograma e uma radiografia de tórax. Ainda assim, o médico poderá solicitar outros exames com base em uma análise individualizada, considerando sintomas, achados do exame físico, fatores de risco (como hipertensão, diabetes, infarto ou insuficiência cardíaca prévios, entre outros), capacidade funcional (nível de atividade física habitual), histórico familiar e o risco estimado da cirurgia programada.

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