Insuficiência Mitral Leve (Regurgitação Mitral Leve): O Que É, Sintomas e Acompanhamento

Insuficiência Mitral Leve (Regurgitação Mitral Leve): O Que É, Sintomas e Acompanhamento

O que é insuficiência mitral leve?

insuficiência mitral leve, também chamada de regurgitação mitral leve, acontece quando a válvula mitral do coração – que controla a passagem de sangue entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo – não fecha totalmente.
Com isso, uma pequena quantidade de sangue “volta” para o átrio durante a contração do coração, em vez de seguir só para frente.

👉 Em linguagem simples: é como uma torneira que não fecha 100% e deixa escapar umas gotinhas.

É comum ter insuficiência mitral leve?

Sim, é muito comum, principalmente em adultos a partir dos 50 anos e em idosos.

  • Estudos mostram que entre 10% e 20% da população adulta pode ter algum grau leve de refluxo da válvula mitral, muitas vezes sem sequer saber.
  • Já os casos de insuficiência mitral moderada ou grave são bem mais raros, afetando menos de 1% da população geral, mas aumentando bastante com a idade (até 6% em pessoas acima de 90 anos).

Ou seja: a forma leve é um achado frequente em exames de rotina, quase sempre sem impacto importante na saúde.

Causa sintomas?

Na maioria dos casos, não causa sintomas. A pessoa pode viver anos sem sentir nada e só descobrir em um ecocardiograma (ultrassom do coração) pedido por outro motivo.

  • Raramente pode evoluir com o tempo para formas mais graves.
  • Em geral, não precisa de remédio nem cirurgia quando é leve.

Quando avançada, pode causar sintomas como falta de ar, cansaço, palpitações ou sinais de insuficiência cardíaca, mas isso praticamente nunca acontece nas formas leves.

Como é diagnosticada?

O diagnóstico é feito principalmente pelo ecocardiograma, que mostra a função das válvulas.
Nos casos leves, os exames geralmente apontam:

  • fluxo de sangue voltando em pequena quantidade,
  • jato regurgitante ocupando menos de 20% do átrio esquerdo,
  • e ausência de alterações importantes no tamanho das câmaras do coração.

Precisa de tratamento?

➡️ Não existe tratamento específico para a insuficiência mitral leve por si só.
A recomendação é apenas acompanhamento regular, para garantir que a doença não esteja progredindo.

As orientações médicas atuais sugerem:

  • Consulta com cardiologista 1 vez por ano.
  • Ecocardiograma a cada 3 a 5 anos, se a pessoa não tiver sintomas e o exame físico continuar normal.
  • Fazer o exame antes do prazo caso surjam queixas como falta de ar, palpitações, cansaço fora do comum ou inchaço.

Prognóstico

Na grande maioria das pessoas, a insuficiência mitral leve permanece estável e não reduz a expectativa de vida.
O acompanhamento serve apenas para detectar precocemente situações em que a válvula pode se desgastar mais rápido, o que é raro.


Resumindo:

  • É muito comum e geralmente inofensiva.
  • Afeta até 20% dos adultos, principalmente pessoas acima dos 50 anos.
  • Não dá sintomas na maioria dos casos.
  • Não precisa de tratamento, apenas de acompanhamento periódico.

1.

2020 ACC/­AHA Guideline for the Management of Patients With Valvular Heart Disease: A Report of the American College of Cardiology/­American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines.

Otto CM, Nishimura RA, Bonow RO, et al.

Journal of the American College of Cardiology. 2021;77(4):e25-e197. doi:10.1016/j.jacc.2020.11.018.

Practice Guideline

 Leading Journal 

2.

2014 AHA/­ACC Guideline for the Management of Patients With Valvular Heart Disease: Executive Summary: A Report of the American College of Cardiology/­American Heart Association Task Force on Practice Guidelines.

Nishimura RA, Otto CM, Bonow RO, et al.

Journal of the American College of Cardiology. 2014;63(22):2438-88. doi:10.1016/j.jacc.2014.02.537.

Practice Guideline

 Leading Journal 

3.

2014 AHA/­ACC Guideline for the Management of Patients With Valvular Heart Disease: A Report of the American College of Cardiology/­American Heart Association Task Force on Practice Guidelines.

Nishimura RA, Otto CM, Bonow RO, et al.

Journal of the American College of Cardiology. 2014;63(22):e57-185. doi:10.1016/j.jacc.2014.02.536.

Practice Guideline

 Leading Journal