Uma pergunta muito comum entre pacientes que se deparam com a pressão arterial ( PA) elevada (pressão alta), é se devem procurar o pronto socorro, pronto atendimento ou departamento de emergência, no entanto é importante compreendermos que medida de pressão elevada na maioria das vezes não é uma situação patológica (doença), desta forma é preciso compreender quais estímulos fisiológicos (normais) podem elevar a pressão arterial sistêmica e o motivo disto ocorrer.
Veja quais são esses fatores:
- Estresse e nervosismo: Situações de estresse ou emoção forte podem ativar o sistema nervoso, que aumenta os batimentos do coração e estreita os vasos sanguíneos, elevando a pressão arterial.
- Hormônios que retêm líquidos e aumentam a pressão: O corpo produz hormônios, como a angiotensina, que fazem os vasos sanguíneos se contraírem e ajudam a reter sódio e água. Isso aumenta o volume de sangue e a pressão.
- Inflamação no corpo: Quando o sistema de defesa do corpo está ativado por problemas como excesso de sal ou hormônios alterados, ele pode causar inflamação. Essa inflamação afeta os vasos sanguíneos e pode dificultar a circulação, elevando a pressão arterial.
- Dieta e ambiente: Comer muito sal ou gordura pode piorar o controle da pressão. Além disso, estresse constante e poluição também podem contribuir.
Quando devo então procurara atendimento médico de urgência?
Pacientes hipertensos devem procurar o departamento de emergência quando apresentam uma emergência hipertensiva, que é caracterizada por uma elevação severa da pressão arterial (PA) acima de 180/120 mm Hg, acompanhada de evidências de dano agudo ou progressivo a órgãos-alvo. Exemplos de danos a órgãos-alvo incluem encefalopatia hipertensiva, hemorragia intracerebral, acidente vascular cerebral isquêmico agudo, infarto agudo do miocárdio, insuficiência ventricular esquerda aguda com edema pulmonar, angina instável, dissecção aórtica, insuficiência renal aguda e eclâmpsia.
A taxa de elevação da PA pode ser mais crítica do que o nível absoluto da PA, especialmente em pacientes com hipertensão crônica que podem tolerar níveis mais altos de PA sem sintomas imediatos. No entanto, a presença de sintomas ou sinais de dano a órgãos-alvo requer intervenção imediata para reduzir a PA e prevenir ou limitar danos adicionais.
Em contraste, urgências hipertensivas são situações em que há uma elevação severa da PA sem alterações agudas ou iminentes em órgãos-alvo. Esses pacientes geralmente não necessitam de atendimento emergencial e podem ser tratados com ajuste da terapia anti-hipertensiva e manejo da ansiedade, se aplicável.[2-3]
Portanto, a decisão de um paciente hipertenso ir ao departamento de emergência deve ser baseada na presença de sintomas ou sinais de dano a órgãos-alvo, e não apenas nos níveis de PA.
Mas afinal, quais os sinais de alerta relacionados a pressão arterial muito elevada ( maior que 180mmhg x 120mmhg) que devo me preocupar?
Os sintomas mais comuns incluem:
- Problemas no cérebro: Dores de cabeça muito fortes, confusão, desorientação, convulsões ou até dificuldade de falar ou mover partes do corpo. Esses sinais podem indicar algo sério, como um AVC ou um problema chamado encefalopatia hipertensiva.
- Dor no peito: Sensação de aperto ou dor no peito pode ser um sinal de ataque cardíaco ou angina (falta de circulação no coração), que exige atendimento urgente.
- Falta de ar: Dificuldade para respirar pode indicar que o coração está sobrecarregado, levando a acúmulo de líquido nos pulmões (edema pulmonar).
- Alterações na visão: Visão embaçada ou perda parcial da visão podem ser causadas por problemas nos vasos sanguíneos dos olhos ou até sangramentos no cérebro.
- Problemas nos rins: Embora menos específicos, sinais como diminuição da urina podem indicar que os rins estão sendo afetados.
Um adendo em relação a dores de cabeça é que na grande amioria das situações a pressão arterial elevada é CONSEQUÊNCIA da dor e não CAUSA! O uso de analgesicos como dipirona e paracetamol pode ser suficiente para resolver a dor de cabeça, e por consequência normalizar a pressão arterial.
Referencias
1.
Suneja M, Sanders ML.
The Medical Clinics of North America. 2017;101(3):465-478. doi:10.1016/j.mcna.2016.12.007.Details
2.
Whelton PK, Carey RM, Aronow WS, et al.
Circulation. 2018;138(17):e484-e594. doi:10.1161/CIR.0000000000000596.
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3.
Whelton PK, Carey RM, Aronow WS, et al.
Hypertension (Dallas, Tex. : 1979). 2018;71(6):e13-e115. doi:10.1161/HYP.0000000000000065.
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