7 Descobertas Sobre o Uso de Esteroides e o Risco Cardíaco – O Que a Ciência Diz?

7 Descobertas Sobre o Uso de Esteroides e o Risco Cardíaco – O Que a Ciência Diz?

Esteroides anabolizantes e risco de infaerto

Um estudo recente publicado na Circulation analisou os riscos cardiovasculares do uso de esteroides anabolizantes e trouxe descobertas alarmantes. Vamos entender os principais achados e o que isso significa para a saúde do coração.


1. Esteroides Aumentam o Risco de Infarto em 3x

Homens que usaram esteroides tiveram uma incidência três vezes maior de infarto do miocárdio em comparação com pessoas da mesma idade que não usaram essas substâncias.

2. Problemas no Coração São Mais Frequentes

O estudo acompanhou 1.189 usuários de esteroides por 11 anos e descobriu que eles tinham um risco significativamente maior de desenvolver doenças como cardiomiopatia (9x maior risco), insuficiência cardíaca (3,6x maior) e arritmias (2,2x maior).

3. Esteroides Afetam os Vasos Sanguíneos

Os pesquisadores identificaram que o uso dessas substâncias pode causar trombose venosa (risco 2,4x maior), aumentando o risco de coágulos que podem levar a embolias pulmonares e AVCs.

4. O Coração Sofre Mudanças Estruturais

O estudo sugere que o uso de esteroides pode causar hipertrofia cardíaca, um aumento anormal no tamanho do coração, o que pode levar à insuficiência cardíaca ao longo do tempo.

5. O Perigo Não Some Após Parar de Usar

Mesmo após interromper o uso, os danos ao coração podem ser irreversíveis, indicando que o impacto dos esteroides na saúde cardiovascular pode durar décadas.

6. Quem Está em Maior Risco?

Os usuários de esteroides geralmente eram homens jovens (média de 27 anos), fisicamente ativos, mas apresentavam maior tendência ao desemprego e menor nível educacional em comparação ao grupo controle.

7. Como Proteger o Coração?

Se você já usou ou usa esteroides, fazer um acompanhamento cardiológico é essencial. Avaliações como ecocardiograma, exames de sangue e eletrocardiograma podem detectar sinais precoces de doenças cardíacas.


Conclusão

O estudo fornece forte evidência científica de que os esteroides anabolizantes estão associados a um alto risco de doenças cardiovasculares graves. A pesquisa tem alta credibilidade, pois acompanhou um grande grupo de pacientes por mais de uma década. Se você ou alguém que conhece faz uso dessas substâncias, é fundamental buscar orientação médica para proteger sua saúde.

Considerações:

É importante salientar que Não, o estudo não detalhou a posologia, a via de administração ou a duração exata do uso dos esteroides anabolizantes.

O que foi informado

Os participantes foram identificados a partir de um programa antidoping em academias da Dinamarca entre 2006 e 2018.

  • Foram incluídos homens sancionados por teste positivo para esteroides ou por recusarem a testagem, o que, segundo os autores, valida que eram realmente usuários.
  • Não havia informações sobre dose, tempo de uso ou o tipo específico de esteroide utilizado.

Os autores reconhecem essa limitação e destacam que os riscos cardiovasculares podem ser subestimados, já que alguns usuários poderiam ter utilizado doses maiores ou por mais tempo do que a média da amostra.

Diversos estudos têm investigado a relação entre o uso de esteroides anabolizantes androgênicos (EAAs) e os riscos cardiovasculares. A seguir, alguns dos principais estudos e seus achados:

1. Estudo do Instituto do Coração (InCor) da USP: Pesquisadores do InCor avaliaram 21 praticantes de musculação que utilizavam EAAs, 20 praticantes não usuários e 10 indivíduos sedentários. Os resultados mostraram que 25% dos usuários de EAAs apresentavam aterosclerose precoce, caracterizada pelo acúmulo de placas de gordura nas artérias coronárias. Além disso, observou-se que o HDL (“colesterol bom”) estava presente em menor quantidade e com funcionalidade prejudicada nos usuários de esteroides.

jornal.usp.br

2. Estudo HAARLEM: Este estudo prospectivo acompanhou 100 homens que iniciaram o uso de esteroides anabolizantes. Observou-se que 41% dos participantes desenvolveram hipertensão arterial durante o ciclo de uso, em comparação com 16% no início do estudo. Houve também aumento do hematócrito e alterações na estrutura cardíaca, como aumento da massa ventricular esquerda e redução da fração de ejeção.

papers.afya.com.br

3. Revisão Abrangente da Literatura: Uma revisão publicada no Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences analisou diversos estudos epidemiológicos, revisões sistemáticas e meta-análises. A pesquisa identificou uma associação significativa entre o uso de EAAs e o aumento do risco de eventos cardiovasculares adversos, como hipertensão, aterosclerose, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral. Os mecanismos fisiopatológicos incluem alterações no perfil lipídico, função vascular e promoção da trombose.

bjihs.emnuvens.com.br

4. Meta-análise sobre Testosterona e Risco Cardiovascular: Uma meta-análise recente avaliou a relação entre os níveis de testosterona e o risco de doenças cardiovasculares. Os resultados sugerem que níveis muito baixos ou muito altos de testosterona podem estar associados a um aumento da mortalidade por todas as causas e doenças cardiovasculares. A concentração da globulina de ligação aos hormônios sexuais (SHBG) também foi positivamente associada à mortalidade.

portugues.medscape.com

5. Revisão sobre Efeitos Cardiovasculares dos EAAs: Uma revisão publicada na Revista Brasileira de Medicina do Esporte destacou que o uso de doses suprafisiológicas de EAAs pode levar a sérios efeitos colaterais, incluindo prejuízos cardiovasculares como hipertrofia ventricular esquerda, arritmias e aumento do risco de morte súbita. Esses achados reforçam a necessidade de conscientização sobre os riscos associados ao uso indiscriminado dessas substâncias.

scielo.br

Esses estudos e revisões fornecem evidências consistentes de que o uso de esteroides anabolizantes está associado a diversos riscos cardiovasculares. É fundamental que profissionais de saúde estejam cientes desses efeitos adversos para orientar adequadamente seus pacientes.

Referência: Windfeld-Mathiasen et al., Circulation, 2025​.


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