![]() | Você já ouviu falar que a hipertensão (pressão alta), diabetes e colesterol alto são perigosos para o coração, você está certo! Essas condições podem aumentar o risco de problemas sérios como infarto e derrame, mas a boa notícia é que você pode controlá-las e reduzir esses riscos. Hipertensão (Pressão Alta): Imagine que suas artérias são como canos de água. Se a água está saindo com muita pressão, os canos podem acabar danificados, certo? O mesmo acontece com suas artérias quando sua pressão está alta. Controlar a pressão pode reduzir o risco de doenças cardíacas em até 25%! Portanto, é superimportante manter sua pressão em níveis saudáveis. Diabetes: Quando o diabetes não é bem controlado, pode causar uma série de problemas como danos aos vasos sanguíneos, rins e olhos. Manter os níveis de açúcar no sangue sob controle é a chave para evitar essas complicações e proteger sua saúde. Colesterol Alto: O colesterol é uma substância gordurosa no sangue. Quando o colesterol ruim (LDL) está alto, ele pode entupir as artérias, o que pode levar a problemas cardíacos. Reduzir esse colesterol ruim é uma maneira eficiente de diminuir o risco de doenças cardíacas. |
Mas afinal o que posso comer?
Para pacientes com hipertensão ( pressão alta), diabetes e dislipidemia (colesterol elevado), as recomendações enfatizam padrões alimentares que promovem a saúde cardiometabólica e reduzem o risco de eventos cardiovasculares (Infarto agudo do miocárdio, AVC, etc…). As dietas mais frequentemente recomendadas incluem a dieta Mediterrânea e a dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension).
1. Dieta DASH: Esta dieta é rica em frutas, vegetais, laticínios com baixo teor de gordura e grãos integrais, resultando em alta ingestão de potássio, magnésio, cálcio e fibras, com proteína moderada e baixo teor de gorduras totais e saturadas. A dieta DASH é eficaz na redução da pressão arterial e pode ser adaptada para incluir restrição de sódio, o que é particularmente benéfico para pacientes que tem diagnóstico de pressão alta (hipertesão).
2. Dieta Mediterrânea: Caracteriza-se por um alto consumo de azeite de oliva, vegetais, frutas, grãos integrais, legumes, peixes e nozes, enquanto limita o consumo de gorduras não saudáveis. Estudos, como o PREDIMED, demonstraram que a dieta Mediterrânea pode reduzir significativamente eventos cardiovasculares em pacientes com diabetes tipo 2 ou com múltiplos fatores de risco cardiovascular.
3. Modificações Adicionais: Para pacientes com diabetes, recomenda-se a redução da ingestão de carboidratos refinados e açúcares adicionados, além de um aumento na ingestão de fibras viscosas e ácidos graxos ômega-3, que podem melhorar o perfil lipídico e o controle glicêmico. A redução de gorduras saturadas e trans também é enfatizada para melhorar o perfil lipídico e reduzir o risco de doença cardiovascular aterosclerótica.
É recomendado que essas mudanças dietéticas sejam acompanhadas se possível por um Nutricionista.
O que mais posso fazer para evitar estas condições?
Intervenções de Estilo de Vida: Além das modificações dietéticas, a perda de peso (quando indicada), o aumento da atividade física e a cessação do tabagismo são componentes críticos do manejo de hipertensão e dislipidemia em pacientes com diabetes.
Essas diretrizes dietéticas são consistentes com as recomendações de várias sociedades profissionais e são apoiadas por evidências robustas que demonstram seus benefícios na saúde cardiometabólica.
Que tipo de atividade física devo realizar, qual a frequência e tempo é recomendada?
Para a redução dos fatores de risco cardiovascular, as diretrizes recomendam que adultos se envolvam em atividades físicas regulares. As recomendações incluem pelo menos 150 minutos por semana de atividade aeróbica de intensidade moderada, como caminhada rápida, ou 75 minutos por semana de atividade aeróbica de intensidade vigorosa, como corrida. Alternativamente, uma combinação equivalente de atividades moderadas e vigorosas também é aceitável.
Essas atividades devem ser realizadas em episódios de pelo menos 10 minutos, preferencialmente distribuídos ao longo da semana. Além disso, a incorporação de atividades de fortalecimento muscular pelo menos duas vezes por semana é recomendada para melhorar os resultados cardiovasculares.
Para aqueles que não conseguem atingir essas recomendações mínimas, qualquer nível de atividade física moderada ou vigorosa pode ser benéfico para reduzir o risco de doença cardiovascular aterosclerótica (ASCVD). Reduzir o comportamento sedentário também pode ser razoável para diminuir o risco de ASCVD.
Essas recomendações são consistentes com as diretrizes da American Heart Association e do American College of Cardiology, que enfatizam a importância da atividade física regular na prevenção primária de doenças cardiovasculares.
Também é recomendado que a atividade física seja orientada e acompanhada por um profissional de educação física.
Mas e se eu não conseguir seguir estas recomendações ou elas ainda assim não forem suficientes?
Se você não conseguir seguir essas recomendações adequadamente ou elas não forem suficientes para evitar o desenvolvimento da Diabetes, Hipertensão arterial ou colesterol alto, ainda podemos lançar mão das estratégias de tratamento com medicamentos. tendo em vista que o não tratamento dessas doenças mesmo que sem sintomas ou com poucos sintomas pode levar em medio e/ou longo prazo ao desenvolvimento de doenças mais graves como o infarto do miocárdio, é importante que não seja postergado o inicio da intervenção medicamentosa.
Muito tem se falado em relação em específico ao uso das estatinas (principais medicações para redução de colesterol), comparando gerações anteriores que alimentavam-se de gordura animal e supostamente não desenvolviam doenças cardiovasculares, no entanto a expectativa de vida média do brasileiro em 1920 era de 32,5 anos; em 1940 era 45,5 anos; em 1980 era 62 anos e hoje 2024 é de 72,6 anos de idade. Desta forma, considerando que a doença dos vasos sanguíneos que resulta em graves enfermidades como infarto agudo do miocárdio e Acidente vascular encefálico (derrame cerebral) é uma doença que ocorre ao longo de anos, é facil concluir que a comparação não é valida pois provevelmente não havia tempo de vida habil para o desenvolvimento dessas doenças além do fato que não haviam ferramentas para diagosticar tais doenças.
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